terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Rebobine, Por Favor

Acho muito legal quando uma matéria se dedica extremamente ao objeto de sua apreciação. O Curioso Caso de Benjamin Button é um pingo de mágica no meio de um oceano de cinismo nos cinemas. Queria ter escrito toda a matéria ao contrário, como na vida do protagonista. Mas não sou tão inteligente assim para dar uma de Italo Calvino e jornalismo não é literatura – apesar de ter pitadas da idéia original. Ainda assim, acho que foi uma das matérias mais especiais que fizemos, principalmente porque demos sorte de ganhar as páginas extras para sua realização. A editora de arte da SET embarcou na viagem e acredito que valeu a pena. Vou colocar o primeiro parágrafo para me gabar, ok?



REBOBINE, POR FAVOR

David Fincher e Brad Pitt retomam a parceria
de Se7en e Clube da Luta para realizar um antigo sonho em O Curioso Caso de Benjamin Button

Fim. Começo. Inverta a ordem natural do universo e você notará que o espaço entre um ponto e outro é uma constante familiar, facilmente reconhecível. E assim é a vida, com seus amores, perdas e experiências que não dependem essencialmente do sentido do nascimento e morte. Quem nunca desejou ter nascido velho e morrer jovem, unindo a vitalidade do corpo com a maturidade da mente? O escritor americano Mark Twain (As Aventuras de Huckleberry Finn) um dia falou que “a vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente nos aproximarmos dos 18.” Ele certamente não imaginou as consequências de tal fantasia. Mas outro romancista, F. Scott Fitzgerald (O Grande Gatsby), resolveu transformar a possibilidade em um divertido conto em 1922. 70 anos depois, O Curioso Caso de Benjamin Button foi parar na mesa de David Fincher, que engatinhava nos longas com o polêmico Alien3. Apesar de não ter seguido em frente com o projeto, o diretor nunca esqueceu aquela fantástica história sobre um homem que nasce velho e morre jovem.

Como em certas relações eternas, ainda não era hora...

Se interessar, leia o resto na edição de janeiro de SET. ;)

Um comentário:

Roberto Mello disse...

Só pra manter a tradição. And yes, I´m still here... :)

"...se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente nos aproximarmos dos 18.”"

Não seria "nos aproximar" também?