terça-feira, 28 de abril de 2009

Já vimos Star Trek!


Nunca fui muito fã de Jornada nas Estrelas. Quando era criança, gostava mais dos estilosos sabres de luz que dos phasers quadrados. Curtia mais os X-Wings que a Enterprise. Mas sempre acompanhei a série nos cinemas e um pouco na TV. A reimaginação da tripulação clássica por J.J. Abrams, co-criador de Lost e diretor NOVATO de cinema (ele só fez Missão: Impossível III, não esqueçam), nem me causava tanta apreensão. Eu curto a idéia de pegar mitos, ícones, e virá-los do avesso. Nem sempre acertam, mas há uma chance. E vamos falar a verdade: a franquia Star Trek estava morta e enterrada há muito tempo. O que a Paramount tinha a perder, além de míseros 100 milhões de dólares?

Pois aí está... Star Trek, o filme, o novo, a reinvenção, a reimaginação por J.J. Abrams é sensacional. Lembro ter encontrado Abrams duas vezes na vida. Sempre me pareceu um sujeito de boas idéias e trabalhador. Conhecedor de cultura nerd e, principalmente, dono de um bom timing para ação, o diretor e produtor se envolve mais em seus projetos do que imaginamos. Sim, Lost e Cloverfield. E tudo está refletido em Star Trek, que usa a mesma linha de trama da série da ilha perdida (viagens no tempo) para poder brincar com um universo mofado que pode virar uma mina de ouro. Na segunda vez que conversamos, ele falou que nem era fã de Jornada nas Estrelas e, por isso, que seria mais fácil adaptar. Faz todo sentido do mundo para quem conhece essa raça complicada chamada Trekker.

Adiantando um pouco da trama, Nero (Eric Bana, bom) é um romulano que atravessa um buraco no espaç- tempo depois da destruição de seu planeta no futuro. Por alguma razão, ele acredita que Spock é o culpado pela tragédia e persegue o vulcano pelo tempo. No meio do caminho, se depara com a U.S.S. Kelvin – onde serve George Kirk, pai de James T. Kirk, ainda na barriga da mãe – e destrói o bólido sem piedade. Anos depois, a nave romulana retorna e a nova Enterprise precisa impedir a destruição de mais alguns planetas. Não vou contar mais para não estragar.

Não é preciso ser Gene Roddenberry para saber que o roteiro é menos sobre vilões e planetas destruídos e mais acerca dos personagens. O jovem Kirk (Chris Pine) é um arruaceiro mulherengo que nega sua aptidão para a frota estelar. O jovem Spock (Zachary Quinto, de Heroes) duela com a natureza meio-humana meio vulcana. Os dois juntos têm uma química imbatível. E por aí vai. Abrams acerta ao injetar um par de coisas que faltaram aos últimos Star Trek: ação nervosona e bom humor. Em Star Trek, ele transforma algo impenetrável em um longa pop, acessível para fãs e não-adeptos. Os efeitos especiais, sempre estão na tela para ajudar na história, mesmo servindo nos detalhes. São realistas e repletos de referências (Ira de Khan, Jurassic Park) até os ossos. Até o teletransporte ficou bacanão, rabiscado e ágil. Única coisa ruim? Minha Winona Ryder feiosinha como a mãe de Spock. O melhor? Karl Urban como o Dr. McCoy, acho. Ou a cena em Vulcano? Ou a piadinha com Slusho? A trilha sonora?

Só um detalhe: não pense muito sobre paradoxos temporais, ok? Se divirta e seja menos lógico. ;)

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